26 de nov. de 2008

ILHA



tela/MODIGLIANE

Hoje sentada na cama do meu quarto,
viajo semanas em segundos,
me embalo nos minutos que se eternizam
e transmutam realidades em breves delírios.
Tenho flashes do que deixei lá fora
nas memórias que dormem comigo agora.
Acalanto pela dor da alma os limites do corpo.
Nesse instante, meu mundo é uma divisa,
uma tênue e imensa linha
de quartos
e quatro paredes de dor.

by adriana monteiro de barros

23 de nov. de 2008


Tela/Monet

Que pena que eu tenha perdido a ilusão de me entregar com receio de me perder.Que pena que eu tenha colocado essas máscaras e amarras em mim. No fundo sei que ficam guardados em segredo os desejos e as paixões que nunca tiveram fim.

by adriana monteiro de barros

17 de nov. de 2008


tela/ MONET

Te amo e amo ainda mais o amor que sinto. Por que é dele o mérito de transgredir todos os sentidos. É dele a leveza de transcender seus segredos e conceitos.Seus mistérios e monossílabos.

Vem dele e não de mim a pureza de um amor sem formato, de um amor inventado e recriado. De um amor até indesejado.

Mas eu te amo e amo minha audácia em te querer. Amo o que há de velho e novo em amar. Amo esta consciência bordada de sonhos...

E te amo tanto, que nem sei se te amo direito, porque exatamente assim, nos tornamos perfeitamente imperfeitos e terrivelmente inconstantes ao tempo que nos resta pela frente.

***

...um dia eu saberei como agradecer à todos vocês, meus queridos! Obrigada pelo carinho de sempre e uma boa semana! Beijos no coração de cada um.

12 de nov. de 2008


foto/google

Ontem foi a comemoração do aniversário de três anos, do Corujão da Poesia, um movimento que costumo frequentar e gosto muito. É lá que encontro meus amigos de poesia e vida. E ontem foi uma dessas noites raras. Além de corações transbordando sentimentos, ainda tenho a felicidade de poder abraçar meu amigo e poeta, Marcelo Mourão, que esta semana me homenageia com alguns poemas no incrível mundo do Orkut. Quem puder dar uma passada de olhos pelo meu scrapbook ou no dele , encontrará alguns presentes não só meus mas, de vários outros queridos e competentes poetas. Quero aproveitar e dizer muito obrigada aqui. É um privilégio ser presenteada por uma pessoa tão especial como vc, Mourão.
Depois foi uma sucessão de encontros queridos...Juju Hollanda, Bettina kopp, Beatriz Provasi, Cairo e Denizis Trindade,Mano Melo, Glad Azevedo, Pedro Lago, Igor Cotrim, Bayard Toneli... não dá vou esquecer de todos os que amo! Me perdoem! No final da madrugada ainda tenho o prazer de ganhar um poema tão extraordinário que o Pedro Lago acabou dedicando a mim, que as estrelas caíam na calçada da Ataulfo de Paiva, junto com as minhas lágrimas. Então prometi a ele que iria postá-lo no blog, como faço com os presentes que a vida me concede. Um beijo no seu coração, Pedro e meu carinho sempre.

Intimidades

A que horas veio gritar o prazer,

nos cantos úmidos da cama?

A que horas?

Lençóis dispersos unindo corpos quentes,

excitações ofegantes em plalavras ditas,

à face da epiderme, inspirando por entre os dentes,

que balbuciam salivas escorrendo pelo sal do som animal,

das faces unidas e tudo que geme na escuridão complacente.

10 de nov. de 2008

MAPA MUNDI

Abro as pernas assim...como quem abraça o universo.
Engulo rua boca. Tua lingua, como quem não precisa da palavra.
Invado teu sexo como quem não tem nexo.
E te enrosco em mim como se viver fosse essa dança em eterna mudança.
Deslizo a mão em teu corpo como quem toca um cetim.
Me lambuzo do teu gosto e daquele cheiro que quando a gente sente, já entranhou no ventre.
Me estranha esse fogo que sinto perto do teu rosto. Daqueles que só se percebe quando já queimou.
Então me morde o pescoço. Me invade até osso. Descubra meus lagos com teus lábios.
Depois me abasteça desse desejo que dendro de ti, simplesmente, me enlouquece.

6 de nov. de 2008

MEU PEDESTAL.


tela/C.Portinari

Queria não precisar ouvir os ecos do passasdo

não encontrar meus mortos pela casa

nem cruzar com eles entre bares e esquinas.

Mas é irremediávelmente incontrolável,

o insano desvario a que me entrego sem remorsos

e sem cartas de alforria,

no jogo de intimidades com a poesia.

4 de nov. de 2008

NASCIMENTO.



Eram nove horas da noite e um céu de novembro.
Era véspera do Dia dos Mortos.
Era primavera, mas chovia.
Nasci a fórceps, mas nasci.
Eu nasci no Dia de Todos os Santos.
Era dia primeiro de novembro
quando eu nasci.