
tela/RAUSH ROSEMBERG
Meu coração dormia quietinho.
Pensei que não fosse haver mais tempestades,
mas de todas as coisas,
é esta a que eu menos sei.
Tempestades de movimentos me dão medo.
O medo cresce dentro da gente .
cresce e afunda nosso barco.
Cresce onde os olhos doem e não podem mais ver.
Na gaveta do não-sei, eu guardo uma âncora.
Lançada ao mar, me fixa e me equilibra.
Se tempestades fossem outra calmaria,
se jorrassem do céu e não de mim,
se ao invés de chuva,
escorressem raios de sol pelos olhos,
eu acreditaria que lágrimas seriam água.
O resto é outra simentria.