26 de jul. de 2008


METAMORFOSE

sombra genuína em meu corpo carrega um rio seco que amputa ossos e dentes.
sou retalho e fadiga de um deus que amei em algum lugar da eternidade.
melancolia e melodias, um atalho, um pouco ou nada do que a vida se mostrou.
só em meu peito nu, um gemido de gatos assusta o coração em breves momentos de calma.
meus medos gemem e uivam feito lobos atrás de carniça.
eis o meu corpo atado como estilhaço.
eis o fel que escorre do coração, sobre mãos que insistem em perpetuar alguns versos no escuro da hora.
eis-me aqui quase inteira para o seu repasto.

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