24 de out. de 2008

Um presente? Não uma grata satisfação e recíproca admiração.

Olá, Adriana,

Como está?


Desculpe demorar tanto para mandar um e-mail sobre seu livro. Estou numa corrida bastante grande até o final desse ano, tenho deixado algumas coisas de lado, mas, mesmo assim, o tempo é curto.

Posso te dizer que foi uma surpresa imensamente boa perceber quantos ótimos poemas restam em teu livro sóbrio e disciplinado. Acho este - o caminho que você toma nos poemas - o caminho a se seguir: calma, silêncio, dor.

Um poema não nos responde coisa alguma; do contrário, cria-nos problemas, ensina-nos a sentir o que não sentimos mas que o poema sente em nós; ensina-nos a ouvir de novo, a andar de novo; a viver de novo. É claro. E é um risco.

Acho ótimo que esse livro destoe da maioria da produção contemporânea, mesmo dos que escrevem sobre teus poemas, te apresentando ou introduzindo aos leitores, dos teus amigos etc. As pessoas estão com os espíritos, os corpos, as cabeças - ou seja lá o que for - muito agitadas, muito preocupadas com um fazer-se gostar facilmente e tudo.

Enfim, não vou me alongar nem escrever detidamente sobre cada poema. Digo, somente, que o livro me causou um grande impacto e que ele é, de fato, muito forte. Apresentarei teus poemas a um poeta e amigo de São Paulo que com certeza gostará da tua produção.

Caso tenha poemas novos, mande-me uma seleta.

Beijos,

Ponce.





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Thiago Ponce de Moraes

www.thiagoponce.blogspot.com

2 comentários:

Cosmunicando disse...

"Um poema não nos responde coisa alguma; do contrário, cria-nos problemas, ensina-nos a sentir o que não sentimos mas que o poema sente em nós; ensina-nos a ouvir de novo, a andar de novo; a viver de novo. É claro. E é um risco."

é isso!

Parabéns =)

Priscila Andrade Cattoni disse...

Sabia que ia dar jogo Adriana e Ponce.

Beijocas

P.S: Me liga, quero ir te ver!