19 de dez. de 2008

DAS MARGENS



tela/Picasso

Meu poema nao é feito da água dos rios,

mas das lágrimas que as águas dos rios não levam.

Tenho um poema de urgências que me reinventa

à cada margem da vida.

Tudo em mim é líquido.

Meu poema é líquido.

Meus oceanos vazam enquanto nado em desertos.

Suo e sou a liquidez das manhãs

transbordando incêndios em silêncios.

Em mim, celebro um poema.

Dentro de mim, líquido, mora um poema.

7 comentários:

Luciana Dau disse...

Como vc é inspirada! Transbordo ao ler seus versos líquidos.
Bjs

Adrianna Coelho disse...


vou trazer um poema meu pra cá... :)

para quem só lida com palavras líquidas

de você
que só lida
com poesia
sempre espero
o inevitável:

que se derramem
suas palavras
e molhem meus olhos
e salguem meus lábios


beijos, adriana

Pedro Lago disse...

Há também os poemas etéreos que desejam ser rocha e escolhem se saem por mim, por você ou tantos outros seres que permeiam o sórdido e o sublime.
bjs

Aroeira disse...

muito bom... é mais ou menos assim, mesmo:

O homem dá margem
a situações

O homem dá margem
a dúvidas

O homem geralmente
dá margem

Adriana Monteiro de Barros disse...

...e das margens podemos extrair o que a vida nos leva...silêncio!
Pra vcs todos, um beijo etéreo, nos olhos e inspirado!

Flávia Muniz Cirilo disse...

muito bonito isso...ouvi você falando ele outro dia!


bj

Anônimo disse...

Lindo !!!
Acabei de levar o seu poema para o meu blog. (coloquei o link dessa página)
Gosto muito da maneira como você escreve.
bjs!